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Foto do escritorAssessoria de Imprensa

Delegado da polícia federal falará sobre exploração e abuso sexual infantil na Internet

Imagens criminosas crescem 70% no Brasil. Em Londrina, dados da Polícia Federal registram 14 mandados de busca e 9 prisões em 2023


Nesta quinta-feira (6), às 16h, a Câmara Municipal de Londrina (CML) receberá o delegado Kandy Takahashi, da Polícia Federal (PF), a convite do vereador Eduardo Tominaga. O objetivo é contribuir com informações que ajudem a conscientizar e alertar a população sobre o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, crescente na Internet.


Responsável pela investigação dos crimes de pornografia infanto juvenil por meio da Unidade de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (URCOPI), a polícia federal é acionada, sobretudo, quando há indícios de transnacionalidade – o material é compartilhado e acessado em outros países.

Crimes cibernéticos com a exploração e o abuso sexual infantil não são um problema novo. Mas o aumento de casos tem alarmado as autoridades. Segundo estudo da organização não governamental, SaferNet, o primeiro quadrimestre de 2023 registrou crescimento de 70% em comparação com 2022, sendo a maior alta desde 2020, com mais de 23.700 denúncias ao Ministério Público Federal.


Segundo o delegado da PF, quando a imagem de uma vítima, em situação de abuso, transita na Internet (download e distribuição), é possível rastreá-la por meio de um código (hash), o qual permite que a polícia chegue ao autor e demais responsáveis pela disseminação do conteúdo. “Acredito que o aumento das investigações, com a constante identificação das imagens, tem relação com esse registro de crescimento no número dos casos, na atualidade”, explica Kandy.


Diferente de outras forças policiais, a PF e a Justiça Federal realizam um trabalho específico no tráfego internacional de imagens na Internet. Contudo, existe cooperação com a polícia civil, Ministério Público e outras em casos locais e em qualquer região do país, pois, ainda que investigada pela transnacionalidade, a origem do crime pode ter endereço em Londrina ou em outra cidade brasileira.


A prevenção começa dentro de casa!

Prestar atenção no que os filhos estão acessando, que tipo de aplicativos utilizam, com quem conversam e qual o contexto das mensagens, é de fundamental importância paraproteger a criança e o adolescente. No cenário digital, muitos adultos se “disfarçam” para terem acesso às possíveis vítimas.

De acordo com a URCOPI, o percentual de vítimas do sexo masculino e feminino é aproximado (50%). Nas investigações proativas, grande parte dos casos são de crianças entre 13 e 12 anos de idade “para baixo”. Quando a questão é “se há um perfil buscado entre as vítimas”, a Unidade analisa que não há um padrão específico. “As crianças que caem na conversa do assediador são àquelas que têm livre acesso à Internet, com pouco ou nenhum controle e supervisão por parte dos responsáveis”, alerta Verônica Barros, agente de polícia federal.


Agora, quando o assunto é o perfil do abusador, é possível observar um padrão entre os criminosos. Geralmente, buscam se passar por crianças, criando “perfis fakes” em redes sociais, jogos e aplicativos de mensagens. Então, passam a interagir com crianças e adolescentes, os quais não têm malícia para discernir o perigo, sendo envolvidas pela conversa. “Nossos pais sempre nos ensinaram a não falar com “estranhos” na rua, mas nossos filhos estão falando, diariamente, com pessoas estranhas na Internet. Nesse “papo”, elas acabam entregando informações sensíveis como o endereço, telefone, nome completo, onde estudam, particularidades da família, enviam fotos, vídeos e contam sobre outros hábitos da rotina. Neste momento, elas já se tornaram alvos fáceis na mão dos abusadores”, adverte a agente.


Mudanças repentinas no comportamento, como isolamento, agressividade, surtos psicóticos, crises de ansiedade podem ser indícios de que a criança está sofrendo algum tipo de abuso. Dentre os comportamentos comuns do agressor, ameaças, pressões, perseguição em busca de “vantagens” e controle emocional da vítima são os mais observados.


Sobre a URCOPI

A Unidade de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil foi criada em fevereiro de 2022 e conta com um delegado, um escrivão, dois agentes e um perito da polícia federal. No primeiro semestre do início dos trabalhos, os números de casos chamaram muito a atenção dos policiais. “Chegamos a ficar assustados, pois, dentre os dez principais casos de compartilhamento de imagens pornográficas envolvendo crianças, no Brasil, quatro eram aqui de Londrina. Após um trabalho intenso, conseguimos mudar esse cenário local”, conta o delegado Kandy. Em 2021, a PF tinha 6 inquéritos instaurados. No ano passado, o número subiu para 44 inquéritos, com 17 mandados de busca e 12 prisões. Em 2023, até o momento, são 28 inquéritos, com 14 mandados de busca e 9 prisões.


A Delegacia de Polícia Federal em Londrina fica na rua Tietê, 1450, no bairro Vila Nova. Denúncias podem ser feitas pelo telefone (43) 3294-7204.


As sessões da CML são transmitidas ao vivo, a partir das 14h. Acesse: https://www.youtube.com/@CamaraLondrina


Adriana Marques

Jornalista | 43) 98415-7931

Assessoria Imprensa Eduardo Tominaga

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